Aleitamento materno
- Elis Dias
- 2 de ago. de 2016
- 4 min de leitura

Estamos na semana mundial do aleitamento materno, ontem dia 1 de agosto foi o dia do aleitamento materno, e eu não poderia de deixar de falar sobre este alimento tão importante para o desenvolvimento do bebê, nossa primeira alimentação assim que quando neste mundo, é por meio da amamentação que recebemos em vida nossos primeiros nutrientes, leite materno é o nosso primeiro alimento que cuida.
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe.
O leite materno é o melhor alimento para o bebê e que o protege de muitas doenças. Além disso, receber leite materno é um direito de toda a criança! E a experiência comprova: o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e até os dois anos ou mais, em conjunto com outros alimentos, traz resultados fantásticos para a saúde da mãe e do bebê. O leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies. O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas. Apesar de a alimentação variar enormemente, o leite materno, surpreendentemente, apresenta composição semelhante para todas as mulheres que amamentam do mundo. Apenas as com desnutrição grave podem ter o seu leite afetado na sua qualidade e quantidade. Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite secretado a partir do sétimo ao décimo dia pós-parto. O leite de mães de recém-nascidos prematuros é diferente do de mães de bebês a termo. As diferenças entre colostro e leite maduro, entre o leite de mães de prematuros e de bebês a termo e entre o leite materno e o leite de vaca. Este tem muito mais proteínas que o leite humano e essas proteínas são diferentes das do leite materno. A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie humana. A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (chamado leite posterior) é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança, daí a importância de a criança esvaziar bem a mama. O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções. A IgA secretória é o principal anticorpo, atuando contra microorganismos presentes nas superfícies mucosas. Os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra agentes infecciosos com os quais já teve contato, proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra os germens prevalentes no meio em que a mãe vive. A concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então. Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, tais como anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido. Este favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarréia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli.
Durante os primeiros 6 meses de vida do bebê, recomenda-se que o aleitamento materno seja exclusivo. Isso mesmo, só o leite materno, sem chás, sem água, sem sucos, sem outros leites e sem qualquer outro tipo de alimento líquido ou sólido.
O leite materno é composto por todas as vitaminas e minerais, além de células de defesa, que o bebê precisa para crescer forte e saudável.
Historicamente sempre há quem diga que determinados alimentos podem estimular a produção ou diminuir leite da mãe, e que outros, se ingeridos pela mãe, fazem mal ao bebê. Entretanto, não existe comprovação científica em relação a isso. Por este motivo, devemos adotar a posição da Sociedade Brasileira de Pediatria e do Ministério da Saúde, que é orientar a mãe a observar se há algum efeito no bebê, como cólicas e alergias, quando a mãe ingere determinado alimento. “Se a mãe percebe a relação entre o incômodo do bebê e sua alimentação, é bom evitar o alimento e observar se o desconforto do bebê desaparece”, “O leite de vaca é um dos principais alimentos implicados no desenvolvimento de alergias alimentares", lembra o Caderno de Atenção Básica 23, do Ministério da Saúde.
Outra orientação é que a mãe se alimente de forma saudável, pois a concentração de alguns micronutrientes no leite materno depende da dieta consumida pela mãe. Além disso, é preciso evitar o consumo exagerado de alimentos ricos em açúcar, sal e gordura, em especial a gorduras trans. Esta gordura está presente, principalmente, nos industrializados, como biscoitos recheados, comidas congeladas, sorvete, entre outros. Uma alimentação rica em gorduras trans “eleva a concentração desse tipo de gordura no leite materno com subsequente modificação na composição corporal do recém-nascido e aumento de massa gorda”, lembra o Manual de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.
É importante lembrar que não existe leite fraco, o leite materno contém todos os nutrientes necessários para o bebê. O que pode acontecer é uma pequena diminuição da produção de leite se a mãe fica mais cansada, ou tem algum aborrecimento. Neste caso, o ideal é que a mãe descanse e coloque o bebê para mamar mais vezes, pois quanto mais ele mama, mais leite a mãe produz.
A mulher que amamenta deve abandonar completamente o uso de bebidas alcoólicas e fumo, pois essas substâncias podem ser transmitidas ao bebê através do aleitamento e prejudicarão seriamente sua saúde.
Maiores informações consulte:
O prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou em abril de 2015 a lei para garantir o aleitamento materno em qualquer estabelecimento de São Paulo. A lei detalha que o estabelecimento não precisa ter "área segregada" para amamentação.
"Todo estabelecimento localizado no Município de São Paulo deve permitir o aleitamento materno em seu interior, independentemente da existência de áreas segregadas para tal fim. Para fins desta lei, estabelecimento é um local, que pode ser fechado ou aberto, destinado à atividade de comércio, cultural, recreativa ou prestação de serviço público ou privado", de acordo com o texto.
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